Biografia

Federico Ezequiel Devito vive em solo brasileiro desde os 3 meses de vida, mas é um argentino nato. Maria Laura Ponessa e Norberto Carlos Devito, pais de Fed, mudaram-se para Balneário Camboriú, em Santa Catarina, ao sul do Brasil, ainda quando ela estava grávida. “Era para ele nascer aqui, ma, como toda a família estava na Argentina, voltamos para lá”, conta o pai. Com oito meses de gestação, a família Devito embarcou com destino à capital argentina e, mesmo sem nem sequer ter feito um exame para saber o sexo do bebê, Laura já sabia que Federico estava por vir. “Eu sempre pressenti que seria um menino”, diz.
No dia 15 de abril de 1992, Federico veio como um presente para o aniversário de Norberto, na semana seguinte. Estava explicado por que ele era a cara do pai! E apesar de ter nascido pequenino, com apenas 2,6 kg, não deu sossego. Quando Federico estava com apenas 3 meses de vida, eles retornaram ao Brasil, e então, ninguém conseguiu segurar o bebê!
“Quando começou a engatinhar e a andar, valia por três!”, conta a mãe. Fed, como é chamado em casa, não escolhia lugar para suas bagunças.”Eu não podia visitar nenhuma amiga. Aonde chegava, ele sempre quebrava alguma coisa, geralmente algum presente”, lembra. Fed ainda teve a façanha de aprontar na Europa! “Quando íamos para a Itália para ver os avós e visitávamos alguns museus, ele tocava em tudo”, diz o pai. Até na Torre de Pisa! “Ele ficava pulando nas correntes de proteção”, completa.
Até os 4 anos, Fed foi criado em casa. Ao mesmo tempo em que ajudava os negócios do marido, Laura cuidava de Fed e Thiago, seu irmão, com menos de um ano de diferença de idade. Às vezes, eles acompanhavam o pai no trabalho, que recepcionava grupos de estrangeiros na cidade catarinense. “Federico sempre estava no braço de alguém. Adorava passar de colo em colo”, relata o pai. Outra vez, aos 7 anos, deixou o seu Norberto preocupado! “Parei com um grupo de estudantes em um ponto turístico e, de repente, ele sumiu. Quando fui procurar, o encontrei em cima do palco, rodeado por meninas. Lá estava ele dançando É o Tchan, enquanto todas copiavam o movimento dele”, conta.

Entrar para a escolinha nunca fui problema para Federico. “Ele era muito sociável e adorou. Logo fez muitos amiguinhos”, diz a mãe. E sua agitação continuou a mesma, até o dia em que Maria Laura foi chamada pela professora. “Uma vez, de tanto correr, ele caiu, cortou a testa e teve que levar três pontos. Foi um escândalo no hospital. Como ele tem medo de sangue e agulha, gritava demais. Tive que agarrar os braços e as pernas do Fed para conseguir fazer o curativo”, conta. Ninguém poderia adivinhar, mas a cicatriz está escondida debaixo da charmosa franjinha que Fed carrega sobre a testa. E Fed ainda colecionou muitas outras estripulias. “Uma vez, quando foi tomar vacina, ele se enfiou no meio de todo mundo e gritava: ‘Pelo amor de Deus, me deixa sair!’”, lembra. E nem o Natal, aos 3 aninhos, passou em branco. “Ele caiu de nuca enquanto corria. E também tivemos que ir para o hospital”, completa.
Assim como o pai, além da hiperatividade, Federico tem outra característica muito marcante: a popularidade. “Ele sempre gostou de ser o centro das atenções”, afirma a amiga, há sete anos, Amanda Cammpigotto. “Do pré ao primário, ele estudou em um colégio de freiras e foi questão de meses até a madre superiora saber quem ele era. Ele era o destaque. Todos o conheciam”, confirma Laura.

Federico sempre foi o queridinho dos professores e o exemplo de aluno que participava de todas atividades e preenchia o boletim com boas notas. “Sempre tirava acima de 9. Meus pais me ajudavam com as lições e ficavam em cima pra eu aprender o português porque em casa só falavam espanhol”, conta o bilíngüe desde pequeno. Mas nem um admirável boletim azul impedia Fed de fazer bagunça na sala de aula. “Eu pegava as meninas mais bonitinhas para zoar”, confessa. Mas ele também tinha lá sua penitência! “Chamavam-me de Federico, cara de pinico e, mais tarde, ganhei o apelido de Fred Flintstones. Eu ficava bravo, um pouco irritado, mas tentava não ligar”, conta.
Embora não se considere romântico, ele faz loucuras quando está apaixonado e, para gastar todas as energias, Federico fez capoeira, dança, tae kwon do e, mesmo sendo baixinho, se destacou no basquete. “Um mês antes do campeonato estadual, machuquei o joelho e não pude participar”, lamenta. Hoje faz academia, embora não seja muito ligado em ficar em forma, até porque adora devorar umas besteirinhas. “Gosto de chocolate, alfajor, doce de leite e todos os doces que tem morango”, entrega. Mas ainda assim não esconde a vaidade. “Quando dá espinha, ele fica todo preocupado se está aparecendo muito ou não”, revela a amiga Beatriz Almeida. Empenhado em tantas atividades, Federico chamava a atenção da galera de uma forma inexplicável. “Ele sempre foi muito querido, sempre tinha gente por perto”, conta o pai. E, com as meninas, não podia ser diferente. “Depois da 5ª série, elas chegavam para falar comigo”, esnoba Fed. “Ele ficava rodeado delas”, completa o pai.

A relação de Fed com as garotas sempre deu o que falar. O segredo para toda essa atração pode ser que venha da mãe. “Tento criá-lo com um jeito de ser companheiro e que saiba respeitar as mulheres. Ele é bem amoroso”, garante. Hoje ele tem um círculo exclusivo de melhores amigas. Amanda, Bia, Tamara, Alice, Nathalie e Luma são as conselheiras oficiais de Federico, têm liberdade para tudo, como, por exemplo, palpitar no seu visual. “Ele já pintou o cabelo de vermelho ( assista Bia pinitando o cabelo do Fed em clicando aqui) e loiro. A gente avisou que não ia ficar bom! Mesmo assim, ele foi lá e fez”, conta Amanda. E não para por aí. “Eu não saio pegando qualquer menina. Gosto de conhecê-la direito. Mas antes mesmo de eu falar com ela, minhas amigas já sabem tudo. Ainda que elas não achem legal, se gosto, eu fico”, explica Fed. Pois esse time feminino não mede esforços para fornecer todas as informações sobre uma garota interessada no Fed ou na mira dele. “Às vezes, ele fala um nome, a gente vê o Orkut e fala o que achamos. Mas é uma escolha dele. Já reprovamos uma garota com quem ele ficou e ficamos zoando ele por isso”, conta Amanda.

O primeiro beijo do Federico foi aos 8 anos, quando ele estava na 2º série. “Nós testávamos andando na quadra durante a aula de educação física e ficamos por ali mesmo, atrás de um muro”, recorda. De lá pra cá, Fed afirma que nunca chorou por uma menina e muito menos levou um fora. “Só chego para ficar quando tenho certeza. Geralmente, espero a garota dar um sinal de que vai rolar”, explica. E para fugir de alguma encruzilhada amorosa, ele também tem sua tática. “Se eu não quero, eu saio. Sou simpático, mas não dou a entender que quero ficar. O jeito é falar que estou de rolo”, comenta.
Quando se fala em amor, Fed assume que já lidou com uma paixão arrebatadora por uma garota que demorou a sair dos seus pensamentos. “Ela mora no Rio de Janeiro e nos conhecemos na equipe do site de anime que fazíamos. Em um evento que rolou, nós ficamos e nos apaixonamos. E todos os anos a gente se encontrava. Hoje é só amizade, mas ela foi uma pessoa de quem eu gostei muito”, afirma. Para ele, gostar demais de uma pessoa é pensar muito nela, querer saber sua opinião para tudo e, principalmente, querer estar ao lado dela a todo instante. E, embora não se considere nem um pouco romântico, mas companheiro, Federico faz loucuras quando está apaixonado. “Uma das surpresas que fiz foi como no filme Juno. Enchi a caixa de correio dela com sua bala favorita e coloquei uma cartinha junto”, conta.

A última grande declaração de amor foi para sua ex-namorada Cindy em abril de 2009. “Eles estavam ficando, aí um dia ele chegou na minha casa dizendo que queria pedi-la em namoro. Ficamos treinando a surpresa o dia todo anterior”, revela Bia. No grande dia, Fed pediu a atenção de todos os colegas de sala e pediu Cindy em namoro na frente de todos. Tudo isso foi gravado pela Bia, e o vídeo, postado no Youtube (Clique aqui e veja!), que hoje já soma mais de 1 milhão e meio de visualizações. “No Dia dos Namorados, eu o ajudei a fazer uma torta em formato de coração que trazia escrito PS: I Love You, como o filme que eles tinham visto juntos”, completa. O namoro durou apenas quatro meses porque a namorada partiria para estudar no exterior. “Ele ficou com medo de se machucar e terminou antes de se envolver demais”, comenta. Mas o vídeo rendeu muitos frutos a Federico. “A partir dali, ele foi solicitado para participar de uma matéria sobre namoro para um jornal de Santa Catarina e, mais tarde, apareceu numa matéria sobre namoro no site da Capricho”, conta a mãe.


Não restava dúvida de que Federico seria um dos escolhidos para estrelar o blog Vida de Garoto, ainda que ele jamais sonhasse com a vida de famoso. “Eu queria ser astronauta, médico...”, conta. Mas um argentino meigo, atencioso e brincalhão tinha que fazer parte desse trio. A escolha foi tão certeira que as fãs deliraram. Prova disso é o sucesso que faz quando sai às ruas. “As meninas olham e pedem para tirar foto”, vibra. Mesmo com tantas garotas agarradinhas ao seu pé, Federico não pensa em namorar tão cedo. Mas deixa a dica para quem um dia quiser conquistar o posto de namorada. “Gosto de meninas simpáticas, risonhas e que não sejam frescas”, avisa. E, por entender tanto o mundo das garotas, Fed manda bem nas dicas que dá na seção Dúvida de Garota, da Capricho. “Boa parte dos meninos tem brincadeiras bobas, mas ele é bem realista, tem boas opiniões, é muito coerente”, defende Bia.

Federico tem sangue argentino, mas passou toda a infância e a adolescência no Brasil. Para matar a saudade da família que ficou por lá e dos deliciosos doces típicos, só mesmo quando chegavam as férias escolares. “Quando íamos para a Argentina, sempre visitava os pontos turísticos. Eu gostava muito da praça próxima à casa da minha avó, ia andar de bicicleta por lá, fazia várias manobras”, lembra. Mas Federico sonha mesmo é com a Cidade Maravilhosa. “Soou apaixonado pelo Rio de Janeiro mesmo sem ter conhecido a cidade. Já vi em algumas novelas e sempre fico com vontade de ir até lá”, diz.
Aqui, no Brasil, a diversão era garantida com os irmãos Thiago, que nasceu nove meses depois de Fed, e Matheus, 5 anos. “Minha mãe dizia que eu não deixava o Thiago em paz. Mas, com o tempo, ele foi crescendo e depois era ele quem me aborrecia. Ele era mais fortinho e me enchia de porrada”, conta. E, quando eles resolviam brincar para valer, era melhor sair de perto. “Quando tínhamos uns 12 anos, quebramos uma mesa de vidro da sala de casa. Ficamos de castigo sem poder brincar no videogame,” entrega o irmão do meio.
Porém chegou o tempo que Federico e Thiago cansaram das brigas. E Matheus virou o centro das atenções. “A gente brincava e ensinava para ele tudo o que não podia”, lembra Fed. Hoje os três irmãos vivem na paz, sem brigas nem discussões. Apesar de morarem na mesma rua em casas diferentes, devido à separação dos pais, em 2003, são irmãos inseparáveis, amigos de verdade. “Temos uma amizade muito forte. Sempre trocamos idéias e conselhos”, conta o Thiago.

Depois do concluir o colégio em 2009, Federico parte para uma nova empreitada. “Prestei vestibular para publicidade e propaganda, mas não comecei a cursar. Agora estou fazendo aula de teatro e vou seguir a carreira de ator. Quero fazer novela, cinema”, planeja. Se tudo correr como o planejado, a luz de Federico ainda vai brilhar muito mais, e quem sabe, ele realizará o sonho de atuar com Wagner Moura, um dos seus maiores ídolos na televisão. Para isso, o colírio tem ao seu favor, além do talento, a cabeça no lugar. “Sempre falo que ele não deixe de ser ele mesmo ainda que se torne famoso. Tem que ser autêntico”, ensina o ai. E, autêntico, nós sabemos que Federico já é.

Biografia retirada da revista Edição Especial Vida de Garoto, digitada e adaptada por Thayna Camila.